Em julho/20 a McKinsey publicou artigo interessante com estatísticas que refletem a grande mudança que ocorreu em 90 dias no mundo. Alguns destes dados estão merecem ser analisados com um pensamento crítico e criativo, pois eles dão dicas de oportunidades para INOVAR e REINVENTAR O NEGÓCIO.
No gráfico ao acima observamos uma rápida mudança de consumidores e clientes para o mundo digital. Já não basta simplesmente reposicionar a sua marca, aqui, o importante é repensar as experiências dos consumidores, a proposta de valor, as estratégias go-to market e as operações como um todo.
Cinco áreas para fazer um MERGULHO PROFUNDO (DEEP DIVE)
1 - MINDSET DIFERENTES PARA OBJETIVOS DE CURTO E MÉDIO PRAZO . Para responder efetivamente à crise do COVID-19, as empresas devem considerar fazer um esforço deliberado para olhar além dos desafios e questões imediatas. Isso significa não apenas planejar o período de recuperação que começa quando os negócios reabriram, quando os consumidores retomaram as atividades habituais. Para este grupo o MINDSET do negócio é suficiente. Todavia, esta crise abriu oportunidades no mercado que foram deixados por um mudança de hábito de consumo. AGORA é o momento de investir! para aproveitar os gaps que estão no mercado e e que fazem parte do “próximo normal”. Vale a pena formar um time dedicado de MINDSET de CRESCIMENTO para mapear e desenvolver estas oportunidades.
2- REINVENTAR OS NEGÓCIOS. A crise GEROU GAPS para as empresas repensarem seus modelos de negócios e adaptarem rapidamente suas ofertas e operações ajustando às limitações impostas pelas condições temporárias, como bloqueios, restrições de viagens e fechamento de locais de trabalho. Está na hora de MAPEAR para identificar e compreender as novas expectativas e necessidades dos clientes. REPENSAR a entrega de PROPOSTAS DE VALOR e PRIORIZAR. O MINDSET DE CRESCIMENTO é importante neste processo para conseguir enxergar os gaps de oportunidades. Olhar para o mercado com o mesmo MINDSET do passado é como fazer café novo em um coador já usado. Não terá o mesmo aroma e sabor de um café novo passado na hora.
Exemplo do setor de VIAGENS: o maior desconforto relatado nas pessoas que viajavam intensamente eram estresse gerado pelo sistema de segurança e os diferentes requisitos em cada localidade e em cada aeroporto. Em abril 2020, a queda nos assentos nas aeronaves caiu em 71%, e os hotéis tiveram 29% de ocupação comparado com a média de 72% em 2019.
Olhando o gráfico acima é possível verificar que existem várias áreas de estresse para os passageiros. Se as empresas focarem somente em segurança – momento atual – estarão resolvendo somente uma parte do desafio e deixando que outros pontos de desconforto não estejam sendo considerados. Como por exemplo, higiene, rapidez e agilidade, traslado, conforto nas salas de espera, receber as bagagens, dicas sobre a segurança e cuidados necessários no destino final… etc. Além, destes pontos também é necessário motivar os passageiros com boas notícias, que sejam interessantes e tragam motivação para continuar viajando. VIAJAR: não basta ser SEGURA tem que ser MELHOR!!!
3 - GRANULARIDADE NO ENTENDIMENTO DO CONSUMIDOR. Colocar os negócios de volta em uma trajetória de crescimento durante e após a pandemia exigirá que as empresas identifiquem marcadores de demanda confiáveis e busquem rapidamente oportunidades emergentes. Isso exige que eles desenvolvam uma compreensão refinada das informações do cliente. Aqui a Inteligência artificial pode ser um grande aliado, para identificar dentre os dados disponíveis combinações não perceptíveis para a empresa. Este cruzamento de dados granular abre combinações inesperadas como por exemplo, identificar em um modelo granular bolsões de crescimento, analisando dados em três níveis: o nível de mercado (indústrias e segmentos de clientes), o nível geográfico local (CEP ou códigos postais) e os indicadores individuais. nível de cliente (renda familiar, status de lealdade, histórico de gastos).
O gráfico sinaliza uma retomada nas férias de verão das famílias mas uma incerteza para o final do ano. Todavia, abre possibilidade para explorar grupos de pessoas que demonstram menor incerteza para viajar como os solteiros sem famílias.
4 - AGILIDADE VIRTUAL. O que escutei de várias empresas que faço parte dos conselhos de inovação foi a necessidade de antecipar em 6 meses os projetos de inovação que deveriam estar concluídos em dezembro de 2020. Por incrível que possa parecer, em poucas semanas vi mobilizações e criatividade florescer dentro das equipes, e a maior parte das entregas foram feitas. isto simplesmente significa que houve uma mudança de MINDSET das equipes que optaram em trabalhar nos sistemas ÁGEIS, gerando velocidade e colaboração. Muitas empresas conseguiram implementar essas mudanças, mesmo com um grande número de funcionários trabalhando remotamente, usando novas tecnologias e ferramentas para colaborar em tempo real. Agora, é importante que estas mudanças se tornem PERENES, e que o aprendizado da agilidade se torne um MINDSET real e duradouro nos líderes e em suas equipes.
5 - CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL. Muitas empresas empreenderam esforços DE CURTO-PRAZO de economia de custos para poderem navegar melhor pela crise, focando no ESSENCIAL. O próximo nível de esforço está focado no GANHO ESTRATÉGICO baseado no avanço da tecnologia que possibilitará melhores análises e automação para permitir decisões mais inteligentes e orientadas por dados. Buscar as inovações de breakthrough ou radicais que internalizam nos processos internos ou em parcerias com empresas terceirizadas as tecnologias exponenciais como robôs, drones, IA e o IoT.
Hilton and Marriot estão usando roots e sensores para proporcionar mais segurança e eficiência nos seus hotéis.
Por Solange Mata Machado é diretora-executiva da Imaginar Solutions. Doutora e mestre em inovação e competitividade pela FGV com pós-doutorado (pós-doctor) em neurociência aplicada à tecnologia pela UFMG. Engenheira elétrica com BS pela Universidade Columbia (EUA) e especialização em empreendedorismo e inovação pela Universidade Hitotsubashi (Japão), pela Universidade Renmi da China, pelo Technion – Instituto de Tecnologia de Israel, pela Universidade Yale (EUA), pela Babson College (EUA) e pela Creative Education Foundation (EUA). E contribui com o portal digital Business Leaders e palestrante do CIO Leaders@digital.
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